Encontrei um senhor um cara que estava na fila do banco comigo no MC Donald’s e que ficou me encarando. Tentei disfarçar e fingir que não via, e foi neste ponto que comecei a pensar que nós temos as seguintes fases: na infância, fazemos as coisas sem se importar com o que os outros irão pensar, simplesmente porque não sabemos que os outros irão pensar algo sobre o que estamos fazendo, isto é, por inocência. Na adolescência, agimos de qualquer jeito e as vezes do pior jeito, simplesmente para que as pessoas pensem que somos independentes e que não precisamos da opinião alheia. Logo depois da adolescência (mais precisamente nos vinte e poucos) passamos pela fase “vergonha na cara” e começamos a nos preocupar com o jeito que nos vestimos, com a maquiagem, e se alguém não pára de nos encarar, logo imaginamos que temos uma alface grudada no dente ou que esquecemos de lavar a boca suja de pasta de dente.
Já depois de algum tempo “dando a cara a tapa” não estamos mais nem aí com o que vão pensar e dane-se se tem alface no dente ou o cabelo está despenteado, se a unha descascou, se a cara está manchada de maquiagem depois de um choro de alívio ou de raiva….afinal temos muitas outras coisas com que se preocupar. E foi esse o meu sentimento quando o cara estava me olhando. Eu quase coloquei o dedo no nariz pra ele parar de me encarar… Comi o Cheddar com tanto gosto que acho que meus lábios estavam completamente amarelo-queimado. Devorei a batata de forma que não sobrasse nem um salzinho sequer pra contar a história, e raspei todo o potinho de catchup sem dó nem piedade. Afinal, tenho muitas coisas com que me preocupar. Na hora de ir embora, o cara estava me encarando sim, mas com um sorrisinho do tipo “essa mina é louca!”…. 🙂 E fica aquela vontade de responder “não, eu apenas sou eu mesma”.
Salada Mental 